domingo, 5 de junho de 2011

Oração Ativa (Por Shane Claiborne)





Até a maneira que Jesus nos ensina a orar aponta para o caminho praonde devemos ir – o caminho da liberdade. Jesus nos ensina a orar pra que o Reino venha, não apenas no céu, mas na terra também. E nós devemos orar pelo “pão nosso de cada dia”. Não é pra orar pelo “meu pão de cada dia”, como se pudéssemos separar nosso sustento do sustento de um irmão ou irmã… “nosso” significa “nós”. Não devemos orar pelo nosso bife diário, mas pelo simples nutrir de um pão. Não devemos orar pelo pão de amanhã ou da semana que vem… só o de hoje.

Também devemos orar pra que Deus nos perdoe, como perdoamos os outros. Nossa reconciliação com os outros é diretamente ligada à nossa reconciliação com Deus. Não podemos esperar que Deus nos perdoe se não perdoamos os outros. Na medida que julgamos, também seremos julgados. É bonito, porque a oração de Jesus exige algo de nós assim como nós estamos pedindo algo de Deus. Oração e ação sempre precisam se encontrar.

Meu amigo Jonathan Wilson-Hartgrove e eu, escrevemos um livro chamado Becoming The Answer To Our Prayers (Tornando-se A Resposta Para Nossas Orações). É sobre como, enquanto cristãos, precisamos ser as pessoas que oram e agem. Muito frequentemente usamos a oração como uma desculpa para não agir. Quando encaramos os problemas do nosso mundo, temos perguntado, “Deus, por que Você não faz alguma coisa?” e não percebemos que Deus pode estar dizendo, “Eu fiz algo… eu fiz você.” Quando oramos pra que Deus abençoe alguém, somos desafiados a ver que podemos ser as mãos dessa benção, porque Deus não tem outra mão, a não ser a nossa. Quando oramos, “Venha a nós o Teu Reino, seja feita a Tua vontade,” nós comprometemos toda a nossa vida para o cuidado com os rejeitados ao nosso redor – os abortados e os não-documentados. Se nós, cristãos, estamos orando o modelo de Jesus, não podemos parar de orar e agir até vermos a restauração de tudo que está quebrado em nossas vidas, e nas nossas ruas… sistemas políticos quebrados e famílias quebradas, ecossistemas poluídos e vidas despedaçadas.

Quando orarmos pelos famintos, vamos lembrar de alimentá-los. Quando orarmos sobre aborto, vamos acolher mães solteiras e adotar crianças abandonadas. Quando agradecermos pela criação, vamos plantar um jardim e comprar frutas e verduras de agricultores locais. Quando lembrarmos do pobre, vamos reinventar nosso dinheiro em programas de micro-empréstimos. Quando orarmos por paz, vamos transformar nossas espadas em enxadas e transformar orçamentos militares em programas de estímulo social. Quando orarmos por um fim ao crime, vamos visitar aqueles que estão nas prisões. Quando orarmos por almas perdidas, vamos ser graciosos às almas que tem nos feito mal. (Pense nisso na próxima vez que algum louco cortar seu carro numa rodovia!)

Começar a agir em nossas orações de maneira séria é lembrar o motivo pelo qual oramos – porque qualquer coisa digna de ser feita está além das nossas forças para serem feitas sozinhas. Clamamos a Deus porque sabemos que precisamos de ajuda. Mas Deus escolhe trabalhar em e através de nós. Temos um Deus que não quer mudar o mundo sem nós.

Shane Claiborne

Nenhum comentário:

Postar um comentário